Tempos de Escuridão

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terça-feira, 12 de maio de 2015

TEORIA DA LITERATURA: Crônica



Olá pessoal, hoje vou falar sobre a Crônica, que eu já tinha comentado antes, a crônica brasileira é diferente da estrangeira! Leiam:

Segundo Moisés (2004, p.11), "a crônica moderna concentra-se num acontecimento diário que tenha chamado a atenção do escritor."
Ou seja, é um relato do cotidiano, reflexões pessoas, uso de primeira pessoa, linguagem da normal culpa, porém coloquial.
Fora do Brasil, a nomenclatura Crônica, deriva do grego kronos, faz referência ao deus mitológico do tempo, indicando narrativas que respeitam a sequencia começo, meio e fim. Já no Brasil, contudo, o cronista está mais para observador do cotidiano das cidades aproximando-se do leitor justamente para narrar episódios simples, o dia a dia das pessoas. Por isso, a crônica, discute o prosaico, o rotineiro, o ônibus lotado para dirigir-se ao trabalho, a fila de embarque nos aeroportos, a conversa de bar entre amigos em um Happy Hour, os percalços do casamento, uma festa infantil no verão carioca.

Percebam como a crônica no Brasil trata apenas de fatos simples do cotidiano e não como a maioria dos escritores acredita. Eu mesma escrevi meu livro utilizando da nomenclatura "Crônica", acreditando que seguia o mesmo sistema de crônicas utilizada por escritores estrangeiros. Se isso é um fato infeliz para o povo brasileiro ou não, a Crônica aqui é vista de modo diferente.

Com esse curto texto encerro o gênero narrativo. Irei falar na próxima postagem um pouco sobre o gênero dramático.

Apenas para citar aqui, eu finalizei a leitura da trilogia Tormenta. Logo postarei a resenha aqui. Espero que tenham gostado e até mais.


segunda-feira, 11 de maio de 2015

TEORIA DA LITERATURA - Gêneros Narrativos e seus Operadores



Olá Pessoal, vamos continuar as postagens de Teoria da Literatura.

Os elementos da Narrativa são: Enredo, nó, climax, desfecho, personagens, autor, narrador, foco narrativo, espaço e tempo.

 * Enredo: 

É o conjunto de fatos que são narrados na história, que seguem uma de terminada estrutura. Expõe: desenvolvimento, complicação, climax e desfecho.

* Nó

Algum fato que interrompe o fluxo da situação inicial narrativa de modo que a criar um obstáculo que deverá ser enfrentado. Pode ser mais que um. Sem o nó, não tem conflito dramático. O nó é fundamental, já que dele nasce a hamartia (erro trágico)

* Climax

Ponto máximo de tensão do texto, é o momento em que o leitor já tendo acompanhado o desenrolar da trama, se pergunta como vai acabar.

* Desfecho

 Resolução do conflito dramático, momento em que uma das forças sai vitoriosa. Geralmente é o fim da narrativa.

* Verossimilhança.

É a verdade do texto, aquilo que é narrado não precisa ser verdadeiro, mas deve parecer verdadeiro. Herói, é um exemplo, normalmente não são pessoas normais, mas o escritor deve fazer com que o leitor acredite naquele mundo e que realmente existe a possibilidade daquele personagem. Exemplo: Harry Potter.

* Personagens

São os seres que viverão os fatos, quanto a sua participação no enredo varia, são exemplos:

                      * Protagonista: São os personagens principais, em torno dos quais gira o enredo.
                                    * Herói: Ulisses.
                                    * Anti - Herói: Dom Quixote
                                    * Herói - Trágico: Hamlet

                     * Antagonista: O vilão da história, aquele que cria o nó.
                     * Um ser vivo: Uma pessoa, ou um animal
                     * Um ser inanimado: Uma situação
                     * Secundário: Ocupam o segundo plano da história e desempenham os papeis menores, que dão suporte.

                    * Tipos de Personagens:
                               * Redondo: Personagens complexos, são os mais próximos de humanos de verdade, já que possuem densidade psicológica, sofrem alterações de comportamento. Ex: Otelo, de Shakespeare.
                               * Plano: Conhecido como personagens lineares, tendem a manter-se da mesma maneira durante todo o desenrolar da trama. Tem uma baixa densidade psicológica.

                               * Tipo: Plano Tipo é o personagem que possui um traço de caráter muito característico, seja ele moral, social e econômico, o que o identifica como participante de um grupo. Às vezes, sequer tem nome, são conhecidos apenas tipos que representam: Jornalista, padeiro,
                               * Caricato: Característica Excessivas.

                      * Descrição de personagens:
                                 * Direta: É aquele que define exatamente como é o personagem
                                 * Indireta: O narrador não deixa explicito as características do personagem. Apresenta de forma indireta as descrições.

* Autor, narrador e Foco narrativo. 

                      * Autor: Não é o narrador, mas a pessoa real que escreveu a obra. Às vezes, o autor tem como seu alterego, o narrador.
                      * Eu Lírico: É um termo usado para demonstrar o pensamento geral daquele que narra o texto.
                      *Narrador: É o elemento ficcional, criado pelo autor para narrar a história.

                               * Foco em terceira pessoa e primeira pessoa
                                                 * 3° pessoa
                                                         * Onisciente neutro: Fica fora da história, se preocupa em contar os fatos apenas. Observador
                                                         * Onisciente Intruso: Interfere na história narrada, comentando fatos e fazendo julgamento sobre as ações dos personagens.
                                                         * Onisciente seletivo: Há uma grande presença de discuso indireto - livre, os pensamentos saem da cabeça dos personagens, sem muito filtro.

                                                   * 1° pessoa
                                                          * Narrador protagonista: Narra na 1° pessoa do singular, fatos vivenciados por ele.
                                                         * Narrador testemunha: Não é o personagem principal, assim sendo, assume a primeira pessoa para narrar uma história protagonizada por outro, mas da qual ele teve participação.

                   * Foco narrativo:
                                                   * Tempo objetivo: É  marcado por horas, dias e anos dentro da narrativa.
                                                   * Tempo subjetivo: Personagem narra o que pode ter acontecido a anos, ou no mesmo momento que é narrado. Fica Subjetivo.

                  * Espaço: 
                                                   * Ambiente: Determina a situação dramática. Onde, o humor, a situação do local. Emocional em maioria.
                                                   * Ambientação: Caracterização do ambiente, lugar onde se passa a história. Pode ser Dissimulada, reflexa ou franca.
                                                                         *Dissimulada ou Obliquoa: Sugerida a partir das ações dos personagens. Não é narrado separadamente, mas como ações dos personagens
                                                                          * Franca: Feita pelo discurso do narrador heterodiegético ou de um narrador que não participa da narrativa.
                                                                           * Reflexa: Focalizada na localização do personagem, ele constrói o ambiente em que se passa a ação. É reflexo do universo do personagem.

É isso galera, espero que tenham gostado. Na próxima irei comentar sobre as Crônicas que prometi.

     

sábado, 9 de maio de 2015

TEORIA DA LITERATURA: Formalismo e Estruturalismo


Olá pessoal! Vamos dar uma olhada no Formalismo e Estruturalismo, o que é para eles literatura e como deve ser analisada uma boa literatura. 


Formalismo:

E vamos ao formalismo. Entre 1914 - 1915 (inverno), o circulo literário de Moscou foi fundado, seu intuito, promover estudos poéticos da literatura e é esse estudo que vamos ver agora. 

O estudo parte então para uma base um tanto mais científica, a análise do texto seria feita por lógica, objetividade, forma fixa e muitos outros. Para o formalismo, análises psicológicas, sociológicas, antropológicas e demais forma não deve ser considerado, apenas sua forma. 
Roman Jakobson diz: "A poesia é a linguagem em sua forma estética.", sendo assim o objeto de estudo, a literariedade, que está no texto elaborado com técnicas, que o faz ser singular, esteticamente diferenciado, ficcional. 
De acordo com Dr. Silvio Ruiz Paradiso e os estudiosos formalistas, a função poética ocorre quando o emissor percorre dois eixos importantes: A Combinação e Seleção, estas duas trabalhadas com rigor e cuidado, como já foi comentado na postagem anterior. 

A análise formalista do texto era feita dessa forma: 

* Fábula

Em linhas gerais, trata da síntese da história. Exprime os acontecimentos e fatos contidos na narrativa, ordenados de forma lógica e cronológica. Permite que se tenha a noção de introdução, desenvolvimento e conclusão da obra. 

* Trama

Corresponde ao modo em que a narrativa é contada e organizada, para que o leitor consiga visualizar o modo como foi construída a história. No gera, a fábula é o que se passou e a trama é como o leitor toma conhecimento dos fatos. 

* Intriga

Conflito de interesse por parte dos personagens da trama. 

*Motivo

Segundo Franco Junior(2003), formalista russo, a intriga relaciona-se à noção de conflito dramático, desenvolvido por meio das ações dos personagens, que se articula, por sua vez, à noção de motivo.


* Motivação

O pensador russo Tomachevski define a motivação como "o sistema de procedimentos que justifica a introdução dos motivos particulares e seus conjuntos." Ele diferencia a motivação em três tipo: Composicional, realista, estética. 

              * Composicional: Trata do uso dos motivos, de modo que, a lançar mão deles, o autor apenas utilize os motivos de que realmente precisa para a história. Um exemplo disso é um tecido colocado na cena do crime. O narrador deve aproveitar esse motivo, levando à construção do episódio. Tomachevski ainda diz que: "Nenhum acessório deve ficar inutilizado pela fábula"

             * Realista: Baseia-se no quesito verossimilhança, ou seja, fatos criados carregando a ilusão de serem reais, quando na verdade são ficcionais. Dar explicações que intensifiquem o motivo daquele fato ficcional para parecer que se trata de um fato real. 

             * Estética: Introdução de motivos que obedeçam ao caráter estético da obra literária. 

* Personagens

São os seres da história, que personificam motivos. Podem ter suas características reveladas de forma direta e indireta. 

              *Direta: A caracterização direta pode ser realizada por meio do autor /narrador, por meio de outros personagens ou por autodescrição. Ex: "O professor é um homem de 32 anos, tem cabelos pretos, curtos, mas com um grande topete, usa cavanhaque e é baixinho." Aqui, claramente temos as características dele. 

              * Indireta: Realizada por meio das ações dos personagens. Ex: "Maria pediu dinheiro emprestado ao amigo João, sabendo que o colega acabara de receber o pagamento, no entanto, João negou dizendo não ter um tostão furado no bolso." Aqui podemos ver de forma subtendida que João é pão duro. 

                                             _______________________________________

Estruturalismo

Corrente de pensamento nas ciências humanas que se inspirou do modelo da linguística e que aprende a realidade social. Criou-se um padrão de análise literária. Para eles, a sequência fundamental para análise é composta por 5 preposições: Equilíbrio, força, desequilíbrio, força e equilíbrio. Essas funções é o que forma o texto. Por exemplo: 

O livro começa com um mundo em paz, porém repentinamente acontece um nó que tira esse mundo da paz e leva a um desequilíbrio, ou seja o climax, então uma força contrária reverte o nó, trazendo por fim o equilíbrio novamente.  

Esta sequencia também é observada na estrutura de Frey Tag, baseada também na de Aristóteles. Mas a força que causa o nó é conhecida por Entanglement e o momento que se desfaz o nó é chamado de Denouement. 



Bom pessoal, espero que esteja sendo útil estas postagens.  Na próxima irei falar sobre o gênero Narrativo e seus operadores. 


quinta-feira, 7 de maio de 2015

TEORIA DA LITERATURA: Cânone, Anticânone e Literariedade




Olá Pessoal! Sei que não tenho postado nada nestas últimas semanas, a faculdade ta bem corrida e não to tendo tempo para fazer absolutamente nada, mas para compensar trouxe um pouco sobre o que estou estudando em Teoria da Literatura! Vamos conferir hoje o que é Cânone, Anticânone e Literariedade.

Cânone: Canonização vem de Cânone, ou seja, "Sagrado". Para os críticos literários, cânone, é a definição do que é uma boa literatura. Em sua maioria, os listados fazem parte dos clássicos como: Shakespeare.
A palavra Kanon, que é derivada do grego, significa "régua", ou seja, medir o modelo do que é adequado em determinado padrão. Logo, tudo que é cânonico, pertence ao cânone, e por consequência, está inserido em um conjunto de modelo, tido como ideal.
O escritor e professor da Yale, Harold Bloom, escreveu em Cânone Ocidental, a lista que para ele é modelo de boa literatura. Eu ainda não li este livro, mas sem dúvida está adicionado em minha lista, pois Harold é conhecido pelo ser um crítico literário muito bom e também professor de Literatura em uma das universidades mais renomadas, como já havia citado antes, Yale.
Em contrapartida, o anticânone é considerado a má literatura, aquela que não está enquadrada no modelo que para eles é considerado na "medida".

Literariedade: Roman Jakobson, dentro do formalismo russo, criou uma nova forma de se analisar a literatura. Então literariedade é o que confere a um texto o estatuto de literatura. Diferente de outros textos, como por exemplo, textos de noticias, o texto literário possui certos detalhes que chamamos de literariedade. É o que faz do texto ser singular, esteticamente diferenciado, ficcional.  E quais são essas características? Vejamos a seguir:

*Ficcionalidade: É aquilo que faz de um texto de ficção, ser considerado ficção.
*Singularização: caracterizar, especificar, sobressair, marcar, caracterizar.
*Originalidade: Como o próprio nome já diz, um texto original.
* Uso de figuras de linguagem: O uso da linguagem pregada no texto.

O escritor escreve de forma diferente de outras pessoas, da forma que nós respondemos e criamos o texto automaticamente em nossas cabeças. É natural que o ser humano percorra dois eixos para formular textos, frases e etc... O primeiro deles é o de seleção de palavras, o que pretendo usar naquele texto e a combinação é quando vamos dar sentido as palavras soltas. Diferente, os autores percorrem estes dois eixos com muito mais rigor e cuidado.

Ex:

Soneto de Camões

Sete anos de pastor, Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prêmio pretendia.

O que vemos aqui é que, Jacó trabalhava para Labão, o pai de Raquel, uma mulher bonita. Contudo, não era para o pai de Raquel, que jacó realmente servia, mas sim a moça bela com intuito de um dia casar com ela.

Isso que fiz agora é como criamos um texto no nosso dia a dia e diferente do Soneto de Camões em que as palavras trazem de certa forma "música" para nossos ouvidos. Uma escolha mais complexa de palavras e uma combinação que traz, digamos que, uma alegoria ao texto, tornando diferente do meu que é mais simplório.

Bom, no post de amanhã, vou falar um pouco sobre os gêneros literários e seus sub-gêneros. Como por exemplo: Gênero Narrativo (Romance, Novela, Conto, Epopeia, Fábula, Apólogo, Parábola, Crônica), Gênero Dramático (Comédia, tragédia), lembrando que este gênero é mais utilizado para peças de teatro, textos que possam ser encenados. Esses dois, eu vou apenas pincelar na próxima postagem e nas seguintes vou trabalhar com eles mais afundo, assim como também vou entrar na questão do Estruturalismo e Imperalismo Russo e traz muitas coisas legais a literatura e novos conceitos para ela.

Comentem e compartilhem!

Abraços.