Tempos de Escuridão

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Os Assassinos, de Ernest Hemingway - CONTÊM SPOILER




Olá Pessoal,

Hoje vou falar sobre um conto que li para a faculdade. Se chama Os Assassinos, de Ernest Hemingway. Confiram:


Conto 2 - Os Assassinos, de Enest Hemingway.

Conhecido pelo talento narrativo e conciso, Ernest Hemingway faz do conto Os Assassinos, uma obra-prima do conto moderno.
De narrador onisciente neutro, a história começa a ser contada em uma noite fria, de uma cidade não citada, em um bar chamado de "do Henry". É nesta noite, que teria sido fatídica, que dois assassinos contratados por um certo "amigo", fazem para ele o "favor" de eliminar Ole Anderson, um antigo boxeador.
O nó não é citado de forma explicita, sendo possível identifica-lo como algo que o Sr. Ole Anderson viveu em seu passado e tem fugido durante todo o tempo de sua vida.
O clímax é marcado pelo ponto em que os assassinos se revelam ao grupo, mantendo-os como refém durante aproximadamente uma hora.

Concluindo, o alvo não aparece e os personagens são libertos pelos assassinos. Sabendo que é caçado, Ole Anderson espera deitado o fim da vida de forma passível e submissa. A maioria dos personagens são planos, com exceção dos assassinos, que mostram um lado psicológico mais complexo e denso, de piadas(sarcasmo) a grosseria. O ambiente sugere tensão, sofrida pela contagem de tempo e a espera que o alvo atravesse a porta de entrada do restaurante, já a ambientação é focada em sua maioria no restaurante, que antes era um botequim, "do Henry", tendo apenas um desvio na ocasião que o lugar gira em torno da hospedaria em que se encontra o boxeador Ole Anderson.


quinta-feira, 21 de maio de 2015

RESENHA: Se Arrependimento Matasse






Olá pessoal! Estou surpresa comigo mesma, pois hoje já tem resenha de Se Arrependimento Matasse! Livro que recebi do parceiro Alma Cervantes e que me prendeu de tal forma que fez com que eu lesse em dois dias, menos ainda! Seguem a resenha:

Livro que transcendeu minhas expectativas.  Em dois dias li Se Arrependimento Matasse, com o desejo de que nunca acabasse e o prazer pela elaboração do mistério se tornasse cada vez mais complexa. De uma narração impecável, perfeitamente elaborada, Alma Cervantes traz uma leitura embriagante.
Como um vendedor, Alma, dá pedaços de uma complexa história durante o livro e que vai não só se dificultando mais, como também explorando todos os personagens envolvidos causando a imagem de culpa para todos!
Neste livro de suspense, Alex, Alice (que é um homem) e Rebeca decidem se encontrar, depois de muitos anos, para passar o final de semana juntos no hotel da família de Alex. Contudo, em meio ao que deveria ser um final de semana agradável, o corpo do cozinheiro é encontrado estirado na cozinha, morto. É nessa narração de medo, suspeita, investigação que o livro se passa.
A história não só me surpreendeu com a complexidade, como também me conquistou pela narração simples e limpa do autor, sem comentários desnecessários, Alma Cervantes utilizou de cada detalhe para prender a atenção do leitor.
Com relação a parte mais técnica do livro: O nó pode parecer iniciar quando é encontrado o corpo, mas os leitores irão perceber no fim, que Alma, foi mais audacioso quanto a isso, deixando com que o nó de toda a história tenha acontecido antes da narrativa. Outro ponto a ressaltar é o Clímax, vejo que durante a leitura, o ápice do livro é ainda no começo com a morte do cozinheiro. Todo o resto do livro se torna o desfecho da narrativa, dando caminho a conclusão do assassinato. Outro ponto é o antagonista, ou assassino, do qual vou evitar falar, citando apenas que também me surpreendeu muito.

Dito isso, finalizo com as cinco estrelas mais que merecidas. Leitura que se foca mais no suspense que no horror se tornou uma grande admiração minha, pois não temos cenas de violência explicita, o que me deixa com um gosto amargo na boca, mas sim de suspense envolvente. 

Se gostaram da resenha e desejam o livro, cliquem no link aqui em baixo, onde falei um pouco sobre livro e escritor:

http://marcodeumpercurso.blogspot.com.br/2015/05/parceiro-alma-cervantes-se.html




quarta-feira, 20 de maio de 2015

Diante da Lei - Franz Kafka

Hoje, li Diante da Lei, uma parábola que faz parte do livro "O Processo".

"– Se todos aspiram a Lei, disse o homem. – ”Como é que, durante todos esses anos, ninguém mais, senão eu, pediu para entrar?"

Nesta pequena parábola, de duas páginas, Kafka crítica a impenetrável lei que distante e ao mesmo tão perto, não permite a entrada daqueles que deveriam ter com ela o contato mais íntimo. Aqui, conta a história que um homem do campo, que deseja entrar além dos porta da Lei, é barrado por um dos seguranças. O único que protege a entrada, acreditando que poderia entrar depois, assim como prometido, o pobre homem espera durante anos. Contudo, sem sucesso o pobre senhor se vê diante da porta da lei, sem que nenhum homem entrou durante todos esses anos. Já no fim de sua vida, ele pergunta ao segurança, por qual razão ninguém procura a lei se todos aspiram por ela. E naquele momento descobre que o sentido da porta e do segurança é que cada um tem seu próprio obstáculo e deve enfrentá-lo.

De forma que o leitor se sinta íntimo do assunto, Kafka expõe o que todos nós sofremos. A distancia da lei de nós, mas não é a distancia que nos faz não ter acesso, mas sim a força de vontade para superar os obstáculos. Pode parecer ridículo, mas em Legalmente Loira 2 temos a prova de uma garota que luta para que a lei escute sua voz. Ela vence seus próprios "seguranças" naquele momento e ganha a passagem pela porta.

terça-feira, 19 de maio de 2015

PARCEIRO: Alma Cervantes - Se Arrependimento Matasse



Olá pessoal! Hoje estou aqui fazendo uma passadinha bem rápida para falar sobre o novo parceiro Alma Cervantes, escritor de Se Arrependimento Matasse! 
O parceiro confiou no trabalho do blog e enviou um exemplar de seu romance! Confiram:


Sinopse: Se Arrependimento Matasse - Alex, Alice e Rebeca são grandes amigos e decidem se reencontrar depois de alguns anos sem se verem. O lugar escolhido é o hotel dos pais de Alex, mas o que parecia uma viagem especial, repleta de conversas agradáveis e descontraídas com os outros hóspedes durante o jantar se transforma, em seguida, num pesadelo. 
Quando os três se preparam para dormir, ouvem batidas desesperadas à porta e seguem ao salão, onde logo descobrem que o cozinheiro fora assassinado. Com a comoção, somada à dificuldade de fuga devido à tempestade e névoa lá fora, a confusão logo se instala no hotel, além de um desagradável clima de suspeita entre os hóspedes.


Autor: Alma Cervantes é admirador da Língua Portuguesa desde a infância e grande fã dos romances policiais de Agatha Christie. Faz sua estrei na literatura com a obra " Se Arrependimento Matasse".

No Skoob consta tudo sobre o livro, o escritor e também as ofertas para que você possa adquirir o seu!

Skoob: http://www.skoob.com.br/livro/324576#_=_

Com dedicatória e tudo <3

Vou iniciar a leitura e logo volto para comentar com vocês! 




terça-feira, 12 de maio de 2015

TEORIA DA LITERATURA: Crônica



Olá pessoal, hoje vou falar sobre a Crônica, que eu já tinha comentado antes, a crônica brasileira é diferente da estrangeira! Leiam:

Segundo Moisés (2004, p.11), "a crônica moderna concentra-se num acontecimento diário que tenha chamado a atenção do escritor."
Ou seja, é um relato do cotidiano, reflexões pessoas, uso de primeira pessoa, linguagem da normal culpa, porém coloquial.
Fora do Brasil, a nomenclatura Crônica, deriva do grego kronos, faz referência ao deus mitológico do tempo, indicando narrativas que respeitam a sequencia começo, meio e fim. Já no Brasil, contudo, o cronista está mais para observador do cotidiano das cidades aproximando-se do leitor justamente para narrar episódios simples, o dia a dia das pessoas. Por isso, a crônica, discute o prosaico, o rotineiro, o ônibus lotado para dirigir-se ao trabalho, a fila de embarque nos aeroportos, a conversa de bar entre amigos em um Happy Hour, os percalços do casamento, uma festa infantil no verão carioca.

Percebam como a crônica no Brasil trata apenas de fatos simples do cotidiano e não como a maioria dos escritores acredita. Eu mesma escrevi meu livro utilizando da nomenclatura "Crônica", acreditando que seguia o mesmo sistema de crônicas utilizada por escritores estrangeiros. Se isso é um fato infeliz para o povo brasileiro ou não, a Crônica aqui é vista de modo diferente.

Com esse curto texto encerro o gênero narrativo. Irei falar na próxima postagem um pouco sobre o gênero dramático.

Apenas para citar aqui, eu finalizei a leitura da trilogia Tormenta. Logo postarei a resenha aqui. Espero que tenham gostado e até mais.


segunda-feira, 11 de maio de 2015

TEORIA DA LITERATURA - Gêneros Narrativos e seus Operadores



Olá Pessoal, vamos continuar as postagens de Teoria da Literatura.

Os elementos da Narrativa são: Enredo, nó, climax, desfecho, personagens, autor, narrador, foco narrativo, espaço e tempo.

 * Enredo: 

É o conjunto de fatos que são narrados na história, que seguem uma de terminada estrutura. Expõe: desenvolvimento, complicação, climax e desfecho.

* Nó

Algum fato que interrompe o fluxo da situação inicial narrativa de modo que a criar um obstáculo que deverá ser enfrentado. Pode ser mais que um. Sem o nó, não tem conflito dramático. O nó é fundamental, já que dele nasce a hamartia (erro trágico)

* Climax

Ponto máximo de tensão do texto, é o momento em que o leitor já tendo acompanhado o desenrolar da trama, se pergunta como vai acabar.

* Desfecho

 Resolução do conflito dramático, momento em que uma das forças sai vitoriosa. Geralmente é o fim da narrativa.

* Verossimilhança.

É a verdade do texto, aquilo que é narrado não precisa ser verdadeiro, mas deve parecer verdadeiro. Herói, é um exemplo, normalmente não são pessoas normais, mas o escritor deve fazer com que o leitor acredite naquele mundo e que realmente existe a possibilidade daquele personagem. Exemplo: Harry Potter.

* Personagens

São os seres que viverão os fatos, quanto a sua participação no enredo varia, são exemplos:

                      * Protagonista: São os personagens principais, em torno dos quais gira o enredo.
                                    * Herói: Ulisses.
                                    * Anti - Herói: Dom Quixote
                                    * Herói - Trágico: Hamlet

                     * Antagonista: O vilão da história, aquele que cria o nó.
                     * Um ser vivo: Uma pessoa, ou um animal
                     * Um ser inanimado: Uma situação
                     * Secundário: Ocupam o segundo plano da história e desempenham os papeis menores, que dão suporte.

                    * Tipos de Personagens:
                               * Redondo: Personagens complexos, são os mais próximos de humanos de verdade, já que possuem densidade psicológica, sofrem alterações de comportamento. Ex: Otelo, de Shakespeare.
                               * Plano: Conhecido como personagens lineares, tendem a manter-se da mesma maneira durante todo o desenrolar da trama. Tem uma baixa densidade psicológica.

                               * Tipo: Plano Tipo é o personagem que possui um traço de caráter muito característico, seja ele moral, social e econômico, o que o identifica como participante de um grupo. Às vezes, sequer tem nome, são conhecidos apenas tipos que representam: Jornalista, padeiro,
                               * Caricato: Característica Excessivas.

                      * Descrição de personagens:
                                 * Direta: É aquele que define exatamente como é o personagem
                                 * Indireta: O narrador não deixa explicito as características do personagem. Apresenta de forma indireta as descrições.

* Autor, narrador e Foco narrativo. 

                      * Autor: Não é o narrador, mas a pessoa real que escreveu a obra. Às vezes, o autor tem como seu alterego, o narrador.
                      * Eu Lírico: É um termo usado para demonstrar o pensamento geral daquele que narra o texto.
                      *Narrador: É o elemento ficcional, criado pelo autor para narrar a história.

                               * Foco em terceira pessoa e primeira pessoa
                                                 * 3° pessoa
                                                         * Onisciente neutro: Fica fora da história, se preocupa em contar os fatos apenas. Observador
                                                         * Onisciente Intruso: Interfere na história narrada, comentando fatos e fazendo julgamento sobre as ações dos personagens.
                                                         * Onisciente seletivo: Há uma grande presença de discuso indireto - livre, os pensamentos saem da cabeça dos personagens, sem muito filtro.

                                                   * 1° pessoa
                                                          * Narrador protagonista: Narra na 1° pessoa do singular, fatos vivenciados por ele.
                                                         * Narrador testemunha: Não é o personagem principal, assim sendo, assume a primeira pessoa para narrar uma história protagonizada por outro, mas da qual ele teve participação.

                   * Foco narrativo:
                                                   * Tempo objetivo: É  marcado por horas, dias e anos dentro da narrativa.
                                                   * Tempo subjetivo: Personagem narra o que pode ter acontecido a anos, ou no mesmo momento que é narrado. Fica Subjetivo.

                  * Espaço: 
                                                   * Ambiente: Determina a situação dramática. Onde, o humor, a situação do local. Emocional em maioria.
                                                   * Ambientação: Caracterização do ambiente, lugar onde se passa a história. Pode ser Dissimulada, reflexa ou franca.
                                                                         *Dissimulada ou Obliquoa: Sugerida a partir das ações dos personagens. Não é narrado separadamente, mas como ações dos personagens
                                                                          * Franca: Feita pelo discurso do narrador heterodiegético ou de um narrador que não participa da narrativa.
                                                                           * Reflexa: Focalizada na localização do personagem, ele constrói o ambiente em que se passa a ação. É reflexo do universo do personagem.

É isso galera, espero que tenham gostado. Na próxima irei comentar sobre as Crônicas que prometi.

     

sábado, 9 de maio de 2015

TEORIA DA LITERATURA: Formalismo e Estruturalismo


Olá pessoal! Vamos dar uma olhada no Formalismo e Estruturalismo, o que é para eles literatura e como deve ser analisada uma boa literatura. 


Formalismo:

E vamos ao formalismo. Entre 1914 - 1915 (inverno), o circulo literário de Moscou foi fundado, seu intuito, promover estudos poéticos da literatura e é esse estudo que vamos ver agora. 

O estudo parte então para uma base um tanto mais científica, a análise do texto seria feita por lógica, objetividade, forma fixa e muitos outros. Para o formalismo, análises psicológicas, sociológicas, antropológicas e demais forma não deve ser considerado, apenas sua forma. 
Roman Jakobson diz: "A poesia é a linguagem em sua forma estética.", sendo assim o objeto de estudo, a literariedade, que está no texto elaborado com técnicas, que o faz ser singular, esteticamente diferenciado, ficcional. 
De acordo com Dr. Silvio Ruiz Paradiso e os estudiosos formalistas, a função poética ocorre quando o emissor percorre dois eixos importantes: A Combinação e Seleção, estas duas trabalhadas com rigor e cuidado, como já foi comentado na postagem anterior. 

A análise formalista do texto era feita dessa forma: 

* Fábula

Em linhas gerais, trata da síntese da história. Exprime os acontecimentos e fatos contidos na narrativa, ordenados de forma lógica e cronológica. Permite que se tenha a noção de introdução, desenvolvimento e conclusão da obra. 

* Trama

Corresponde ao modo em que a narrativa é contada e organizada, para que o leitor consiga visualizar o modo como foi construída a história. No gera, a fábula é o que se passou e a trama é como o leitor toma conhecimento dos fatos. 

* Intriga

Conflito de interesse por parte dos personagens da trama. 

*Motivo

Segundo Franco Junior(2003), formalista russo, a intriga relaciona-se à noção de conflito dramático, desenvolvido por meio das ações dos personagens, que se articula, por sua vez, à noção de motivo.


* Motivação

O pensador russo Tomachevski define a motivação como "o sistema de procedimentos que justifica a introdução dos motivos particulares e seus conjuntos." Ele diferencia a motivação em três tipo: Composicional, realista, estética. 

              * Composicional: Trata do uso dos motivos, de modo que, a lançar mão deles, o autor apenas utilize os motivos de que realmente precisa para a história. Um exemplo disso é um tecido colocado na cena do crime. O narrador deve aproveitar esse motivo, levando à construção do episódio. Tomachevski ainda diz que: "Nenhum acessório deve ficar inutilizado pela fábula"

             * Realista: Baseia-se no quesito verossimilhança, ou seja, fatos criados carregando a ilusão de serem reais, quando na verdade são ficcionais. Dar explicações que intensifiquem o motivo daquele fato ficcional para parecer que se trata de um fato real. 

             * Estética: Introdução de motivos que obedeçam ao caráter estético da obra literária. 

* Personagens

São os seres da história, que personificam motivos. Podem ter suas características reveladas de forma direta e indireta. 

              *Direta: A caracterização direta pode ser realizada por meio do autor /narrador, por meio de outros personagens ou por autodescrição. Ex: "O professor é um homem de 32 anos, tem cabelos pretos, curtos, mas com um grande topete, usa cavanhaque e é baixinho." Aqui, claramente temos as características dele. 

              * Indireta: Realizada por meio das ações dos personagens. Ex: "Maria pediu dinheiro emprestado ao amigo João, sabendo que o colega acabara de receber o pagamento, no entanto, João negou dizendo não ter um tostão furado no bolso." Aqui podemos ver de forma subtendida que João é pão duro. 

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Estruturalismo

Corrente de pensamento nas ciências humanas que se inspirou do modelo da linguística e que aprende a realidade social. Criou-se um padrão de análise literária. Para eles, a sequência fundamental para análise é composta por 5 preposições: Equilíbrio, força, desequilíbrio, força e equilíbrio. Essas funções é o que forma o texto. Por exemplo: 

O livro começa com um mundo em paz, porém repentinamente acontece um nó que tira esse mundo da paz e leva a um desequilíbrio, ou seja o climax, então uma força contrária reverte o nó, trazendo por fim o equilíbrio novamente.  

Esta sequencia também é observada na estrutura de Frey Tag, baseada também na de Aristóteles. Mas a força que causa o nó é conhecida por Entanglement e o momento que se desfaz o nó é chamado de Denouement. 



Bom pessoal, espero que esteja sendo útil estas postagens.  Na próxima irei falar sobre o gênero Narrativo e seus operadores. 


sexta-feira, 8 de maio de 2015

TEORIA DA LITERATURA: Gênero Narrativo e Dramático.

Olá Pessoal, hoje vou falar sobre o gênero literário Narrativo e Dramático. Confiram!

O gênero Narrativo é dividido em vários sub gêneros, vamos tratar deles:

* Romance:
Dentro de um Romance podemos contar com uma quantidade maior de personagens que em qualquer outro gênero. A trama também passa a ser mais densa, com muitos conflitos (nó). Está errado quem pensa que um romance se trata exatamente disso, romance, pois eles podem ser classificados de muitas outras formas, como por exemplo: policial, ficção científica, psicológico e etc...
A principal característica de um romance:  Não se tem apenas o foco na história principal, mas sim abre para outros personagens, outros problemas, descrições longas e mais complexas, teremos muito mais a participação do cenário, assim como a psicologia dos personagens.  
Um exemplo de Romance é: D. Quixote, de Miguel Cervantes
* Novela:
Uma obra mais curta que um romance, contudo maior que um conto. A novela já não é mais muito utilizado pelos escritores. Lembrando que novela não se trata das novelas de televisão. Ela é  um texto com menos detalhes, tramas mais simples e o número de personagens bem reduzido. Diferente do Romance, a Novela se foca apenas na trama principal, não abrindo o leque para outros envolvimentos.
Um Exemplo de Novela é: A Morte Em Veneza, de Thomas Mann
* Conto:
O Conto é um Romance em miniatura. Suas tramas são super simples, com um único conflito, tempo, espaço e personagens. Normalmente é utilizado de dois a três personagens, nada além disso e sempre terá apenas um personagem principal.
Um exemplo de conto é: No mundo das letras, Moacyr Scliar.
* Epopéia:
Muito apreciado na Grécia e Roma antiga, é raramente utilizado por um escritor. Sua principal característica está em contar o feito de um grande herói, com versos rimados e metrificados, que se compõe em cinco partes: Preposição, Inovação, Dedicatória, narração, epilogo.
Um exemplo de Epopéia: Odisseia e Illíada.
* Fábula, Apólogo e Parábola
Dente estes três, apenas a parábola trabalha com personagens humanos, os demais sempre irão contar a história de animais falantes, entre outros.  A função dos três é algo mais moralizante e didático, no caso da Parábola, espiritualizante( usado em livros para igrejas)  
Exemplos de Fábula, Apólogo e Parábola: A lebre e a Tartaruga, O Bom Samaritano.
* Crônica:
Diferente do que pensamos, a Crônica no Brasil não é a mesma do exterior. A Crônica aqui se refere a relatos do cotidiano. Mais para frente irei comentar mais sobre isso.

O gênero Dramático é dividido em:
Apenas para citar que este gênero é mais utilizado para a criação de peças ou textos que possam ser encenados depois.
* Comédia:
Normalmente é focado em falar sobre partes genitais do ser humano de forma cômica. Apenas ressaltando aqui que nem sempre a Comédia é para ser engraçada.
* Tragédia:
O foco deste texto é a tragédia como o próprio nome já diz, não necessariamente, mas em sua maioria, as tragédias possuem o final de morte do heróis (Ta ai, um spoiler para gerações e gerações de livros dramáticos trágicos e a culpa é minha). Produz normalmente a Katharsis, que é o termo utilizado para purgação. O personagem principal sempre é relatado com um homem bom e que possui um defeito, é deste defeito que irá surgir o nó da história e também sua tragédia.
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Na próxima postagem irei tratar do Estruturalismo, onde estudantes fundaram o Circulo Literário de Moscou, cujo objetivo era promover os estudos da poética e linguística. É nesta postagem que irei comentar sobre como eles veem o procedimento da literatura, linguagem literária e o seu conceito para o que é: Fábula, trama, intriga, motivo, motivação, personagens. Pretendo também comentar o inicio do estruturalismo Russo e a sua visão de como um livro deve ser composto.


Aproveitem e tirem suas dúvidas. 


quinta-feira, 7 de maio de 2015

TEORIA DA LITERATURA: Cânone, Anticânone e Literariedade




Olá Pessoal! Sei que não tenho postado nada nestas últimas semanas, a faculdade ta bem corrida e não to tendo tempo para fazer absolutamente nada, mas para compensar trouxe um pouco sobre o que estou estudando em Teoria da Literatura! Vamos conferir hoje o que é Cânone, Anticânone e Literariedade.

Cânone: Canonização vem de Cânone, ou seja, "Sagrado". Para os críticos literários, cânone, é a definição do que é uma boa literatura. Em sua maioria, os listados fazem parte dos clássicos como: Shakespeare.
A palavra Kanon, que é derivada do grego, significa "régua", ou seja, medir o modelo do que é adequado em determinado padrão. Logo, tudo que é cânonico, pertence ao cânone, e por consequência, está inserido em um conjunto de modelo, tido como ideal.
O escritor e professor da Yale, Harold Bloom, escreveu em Cânone Ocidental, a lista que para ele é modelo de boa literatura. Eu ainda não li este livro, mas sem dúvida está adicionado em minha lista, pois Harold é conhecido pelo ser um crítico literário muito bom e também professor de Literatura em uma das universidades mais renomadas, como já havia citado antes, Yale.
Em contrapartida, o anticânone é considerado a má literatura, aquela que não está enquadrada no modelo que para eles é considerado na "medida".

Literariedade: Roman Jakobson, dentro do formalismo russo, criou uma nova forma de se analisar a literatura. Então literariedade é o que confere a um texto o estatuto de literatura. Diferente de outros textos, como por exemplo, textos de noticias, o texto literário possui certos detalhes que chamamos de literariedade. É o que faz do texto ser singular, esteticamente diferenciado, ficcional.  E quais são essas características? Vejamos a seguir:

*Ficcionalidade: É aquilo que faz de um texto de ficção, ser considerado ficção.
*Singularização: caracterizar, especificar, sobressair, marcar, caracterizar.
*Originalidade: Como o próprio nome já diz, um texto original.
* Uso de figuras de linguagem: O uso da linguagem pregada no texto.

O escritor escreve de forma diferente de outras pessoas, da forma que nós respondemos e criamos o texto automaticamente em nossas cabeças. É natural que o ser humano percorra dois eixos para formular textos, frases e etc... O primeiro deles é o de seleção de palavras, o que pretendo usar naquele texto e a combinação é quando vamos dar sentido as palavras soltas. Diferente, os autores percorrem estes dois eixos com muito mais rigor e cuidado.

Ex:

Soneto de Camões

Sete anos de pastor, Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prêmio pretendia.

O que vemos aqui é que, Jacó trabalhava para Labão, o pai de Raquel, uma mulher bonita. Contudo, não era para o pai de Raquel, que jacó realmente servia, mas sim a moça bela com intuito de um dia casar com ela.

Isso que fiz agora é como criamos um texto no nosso dia a dia e diferente do Soneto de Camões em que as palavras trazem de certa forma "música" para nossos ouvidos. Uma escolha mais complexa de palavras e uma combinação que traz, digamos que, uma alegoria ao texto, tornando diferente do meu que é mais simplório.

Bom, no post de amanhã, vou falar um pouco sobre os gêneros literários e seus sub-gêneros. Como por exemplo: Gênero Narrativo (Romance, Novela, Conto, Epopeia, Fábula, Apólogo, Parábola, Crônica), Gênero Dramático (Comédia, tragédia), lembrando que este gênero é mais utilizado para peças de teatro, textos que possam ser encenados. Esses dois, eu vou apenas pincelar na próxima postagem e nas seguintes vou trabalhar com eles mais afundo, assim como também vou entrar na questão do Estruturalismo e Imperalismo Russo e traz muitas coisas legais a literatura e novos conceitos para ela.

Comentem e compartilhem!

Abraços.